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Uma enquete realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), põe Brasil no topo de ranking de violência contra professores. [1] Há relatórios na “Pátria do Evangelho” advertindo que metade dos diretores de escolas primárias e jardins de infância sofreram agressões verbais e físicas de pais de alunos.
Para Miriam Abramovay, coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e coordenadora de pesquisas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), os conflitos [violências] são resultado de relações sociais ruins e da falta de diálogo. A escola é muito centrada nela mesma, e muito pouco se propõe a dialogar com os jovens alunos. Isso cria um clima muito ruim. Um bom professor é o que ensina bem a disciplina, mas também o que sabe ser amigo, que sabe entender o que é ser jovem. Há abuso de professores e professoras relacionado à fragilidade do que é ser adolescente. [2]
Entendemos que dentro de uma visão espírita a escola (pública ou particular – espírita ou não) deve formar um homem novo e precisa ser uma escola inteiramente inovadora, rompendo com o sistema vigente, pois a educação tradicional, conforme aferimos, já não atende às necessidades da atual geração. A escola deve incentivar a participação, a interação, o diálogo, o debate livre, o estudo em grupo e abolir todas as formas de repressão.
Qualquer professor hoje sabe dos problemas de disciplina e desinteresse que existem nas salas de aula. Esses problemas demonstram que a escola em sua maioria não está adequada às atuais gerações. É preciso uma escola ativa em alto grau, diligente, que respeite a inteligência dos alunos, mas é também preciso uma escola que saiba que o aluno é um ser reencarnado, e a finalidade da sua educação não é apenas moldá-lo para o mercado de trabalho, mas para a sua realização humana, para o cumprimento da sua missão e para a sua transcendência.
O pensamento herculanista entroniza a liberdade como uma das facetas essenciais da pedagogia espírita. Pestalozzi, em Yverdon, praticava essa liberdade de ação em que as crianças podiam escolher atividades e até poderiam entrar e sair do castelo à vontade. Desde Rousseau sabemos que uma das exigências mais prementes para a educação é conectar o homem novamente com a natureza. Nos EUA, na década de 30, o padre Flanagan mostrou que a liberdade é fator preponderante inclusive na recuperação de crianças e adolescentes considerados delinquentes. Flanagan fundou a cidade dos meninos, onde os próprios adolescentes geriam a comunidade, trabalhavam e tinham plena liberdade de entrada e saída.
Os Espíritos que estão reencarnando para semear os novos tempos para uma nova era não estão mais se adaptando ao esquema tradicional da sovina educação coercitiva. Em face disso, alguns alunos descambam para a agressão e delitos de graves consequências. A escola deve recuperar a alegria, a vitalidade e o estímulo, e deixar de ser essa prática maçante e monótona de que nenhum aluno gosta. O educador não pode ser repressor, mas deve se empenhar para despertar um processo de aprendizagem aprazível, entretanto ajuizado e fecundo. Nenhum aluno aprende a ser “responsável” apenas obedecendo ordens sob “açoites” verbais e às vezes até físicos. Ninguém aprende a agir espontaneamente estando o tempo todo sob coerção. A virtude moral só pode brotar da livre escolha do indivíduo. Não esqueçamos que a própria pedagogia Divina age assim conosco – ela nos deixa aprender com nossos próprios erros, para alcançarmos a moralidade no clima da liberdade.
Compreendemos que o construtivismo[3] é a força pedagógica da modernidade. Tal corrente pedagógica vem desde o tempo de Sócrates e Platão, sobrevindo em Rousseau e Pestalozzi. O núcleo da tese construtivista é que o indivíduo constrói o seu próprio conhecimento e só pode fazê-lo através da ação. Essa tese é categoricamente correta. Entretanto o construtivismo comumente cultivado e estudado hoje é um construtivismo materialista, tendo como semideuses inspiradores Vygotsky e Piaget, ao passo que o construtivismo Socrático, Platônico, Rousseauniano e Pestalozziano é um construtivismo, digamos, mais espiritualista.
Será que a proposta de pedagogia espírita é um construtivismo metafísico? Está capacitada para educar, desenvolver e alforriar a consciência do aluno das injunções repressivas da educação materialista empregada atualmente?
Uma coisa é verdadeira: após Jesus, asseguramos que Allan Kardec FOI, É e sempre SERÁ o maior educador da História.
Nota e referências:
[1] Disponível em http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/08/pesquisa-poe-brasil-em-topo-de-ranking-de-violencia-contra-professores.html acessado em 25/04/15
[2] Disponível em http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/17/a-escola-tinha-que-ser-de-protecao-e-nao-de-reproducao-da-violencia.htm acessado em 23/04/15
[3] Uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.
[1] Disponível em http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/08/pesquisa-poe-brasil-em-topo-de-ranking-de-violencia-contra-professores.html acessado em 25/04/15
[2] Disponível em http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/17/a-escola-tinha-que-ser-de-protecao-e-nao-de-reproducao-da-violencia.htm acessado em 23/04/15
[3] Uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.