Jorge Hessen
As mulheres em quase toda a Inglaterra são agredidas ou às vezes ficam em situações muito desumanas, como no caso das mulheres grávidas que perdem seus bebês (aborto) diante das violências praticadas pelos seus esposos (muitos deles obsidiados) diagnosticados como estressados pós-traumático. Uma delas , a britânica Lindsey Roberts, diz ter sofrido cinco abortos após ser agredida por seu marido, o militar Andrew Roberts, que era um obsedado e repleto de paranóias de guerra , além de distúrbios de ansiedade contraídos nos campos de batalha (Iraque, Afeganistão). (1)
A obsessão é a trágica pandemia dos dias atuais. A perturbação espiritual dos soldados oriundos dos campos de batalha não é um problema inglês, pois nos EUA, na França, na Itália é comum existirem homens (ex-soldados) obsidiados, portadores de demência e distúrbios de ansiedade, contraídos nos campos de guerra, lembrando aqui que tais países fomentam, convivem e mantêm a guerra no planeta.
O fato é que a ciência desses países e do mundo não alcança elucidar suficientemente as razoáveis causas dos distúrbios espirituais , psicológicos e mentais de ex-combatentes. O psiquiatra se mantém aprisionado aos limites do cérebro, fonte que, como nós espíritas sabemos, não é a raiz essencial das patologias, sejam espirituais e/ou mentais, mas tão somente a exteriorização do efeito da enfermidade.
A ideia da existência de um “ente” extra físico (Espírito) pode elucidar a origem de muitos enigmas patológicos da psiquê. Em todas as épocas da história das civilizações, existiram psicopatas que sofriam influências nefastas desses “entes” extra físicos (obsessores e inimigos de guerra), e, em alguns casos, envolvendo personagens que se celebrizaram por seus atos.
Nabucodonosor II, rei dos Caldeus, sofreu uma licantropia e pastava no jardim do palácio, como um animal. Tibério, envolvido por muitos espíritos cobradores, cometeu muitos deslizes, com muita malignidade. Calígula e Gengis-Khan marcaram presença, em função de suas aberrações psicóticas. Domício Nero, em função de grandes desequilíbrios psíquicos, entre tantos equívocos, mandou assassinar a mãe e sua esposa, e, depois, as reencontrava em desdobramentos.
Até mesmo no campo das artes encontramos obsedados por “entes” extra físicos. Dostoiévski sofria de ataques “epilépticos”. Nietzsche perambulou pelos asilos de “alienados”. Van Gogh cortou as orelhas num momento de “insanidade” e as enviou de presente para sua musa inspiradora, findando, posteriormente, a vida, com um tiro. Schumann, notável compositor, atirou-se ao Reno, sendo salvo pelos amigos e internado num hospício, onde ele encerrou a carreira. Edgar Allan Poe sucumbiu arrasado pelo álcool e tendo visões infernais.
Naturalmente há tratamento para tais problemas. A terapêutica para as tragédias psicopatológicas (obsessivas ou não) é essencialmente preventiva. O Espiritismo sugere a resignação ante às vicissitudes da vida que poderiam causar o acirramento ou a atenuação da doença. Para que haja mais sucesso no tratamento do processo obsessivo, o primeiro passo é que se faça um bom diagnóstico do conjunto dos sintomas.
Apesar de todos os esforços, às vezes, é difícil fazer um diagnóstico diferencial específico, considerando que os sinais e sintomas são idênticos, tanto na loucura, propriamente dita, com lesões cerebrais, quanto nos processos obsessivos, onde há grande perturbação na transmissão do pensamento.
Para tratamentos das obsessões é fundamental que se considere a existência do psicossoma, contextura sutil que envolve o corpo físico. “É por seu intermédio que o Espírito encarnado se acha em relação contínua com os desencarnados. O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos.” (2)
O êxito do tratamento ou até mesmo “a cura se opera mediante a substituição de uma molécula [perispiritual] malsã por uma molécula sã. O poder curativo estará, pois, na razão direta da pureza da substância inoculada; mas depende, também, da energia, da vontade que, quanto maior for, tanto mais abundante emissão fluídica provocará e tanto maior força de penetração dará ao fluido.” (3)
Urge, mais uma vez, deixar bem claro que o tratamento espiritual, oferecido na Casa Espírita, não dispensa tratamento médico. O prognóstico, de modo geral, poderá ser bom ou ruim, considerando todos os fatores envolvidos, especialmente, o interesse do obsidiado em profundas transformações íntimas e a boa vontade da família em dar-lhe toda a assistência possível sob todos os aspectos.
“A Doutrina Espírita, aliada às Ciências Médicas, poderá se entender não se contradizendo, mas de mãos dadas, caminhando juntas, buscando todos os recursos disponíveis no sentido de abrandar o sofrimento do doente[obsedado]” (4). Caso contrário, “a ciência nadará em um oceano de incertezas, enquanto acreditar que a loucura depende, exclusivamente, do cérebro. A ciência precisa distinguir as causas físicas das causas morais, para poder aplicar às moléstias os meios correlativos”.(5)
Referencias bibliográficas:
[2] KARDEC, Allan. A Gênese, RJ: Ed. Feb, 29ª edição, 1986, cap. XIV
[3] KARDEC, Allan. A Gênese, RJ: Ed. Feb, 29ª edição, 1986, cap. XIV
[4] KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, 117ª edição, 1990, Instituto de Difusão Espírita - IDE, 117ª ed., cap. I, item 8
[5] MENEZES Adolfo Bezerra de. A Loucura sob um Novo Prisma, 2ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1987