segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O arrependimento como um convite à extração da pureza íntima para reparação do erro (Jorge Hessen)

O arrependimento como um convite à extração da pureza íntima para reparação do erro (Jorge Hessen) 


Jorge Hessen 
Brasília-DF 



A Providência Divina oportuniza ao Espírito falido uma experiência reencarnatória desafiadora, como um convite (amoroso e/ou doloroso) para o reaprendizado das derrocadas morais de vidas passadas e atuais. Se compreendêssemos melhor os mecanismos do princípio de Causa e Efeito evitaríamos infortúnios, ambições e desonras que, definitivamente, não estariam em nosso roteiro, seríamos mais reflexivos nas escolhas das ações diárias. 

Precisamos ajuizar o preceito de Causa e Efeito com o máximo discernimento, a fim de nos conscientizarmos sobre seu mecanismo, que desfere tanto reparações desafiadoras, quanto gratificações surpreendentes, sucessivamente, justas, criteriosas e controladas, as quais expressam a resposta da Providência Divina contra a desarmonia constituída ou submissões aos Códigos divinos da consciência em suas profundas estruturas. 

Ninguém está sujeito ao império aleatório da “casualidade”, pois o acaso não existe. A casualidade não pode governar nossos destinos. É o código de Causa e Efeito ou a Providência divina, que tudo ordena, corrige e atua, interferido tanto nas dimensões infinitesimais do microcosmo, como na imensidade colossal do macro universo. Tal divino ditame é para que nós nos resguardemos de nós mesmos e objetiva oportunizar o aprimoramento incessante de todas as coisas e seres que estruturam a harmonia da Lei do Criador. 

Sofremos após a desencarnação os resultados de todas as imperfeições que não conseguimos corrigir na vida física. As Leis divinas, ínsitas na consciência, asseguram que felicidade e desdita sejam reflexos naturais das nossas escolhas em grau de pureza ou impureza moral. A felicidade relativa reflete a concernente ascensão moral do Espírito, enquanto a imperfeição causa dor. Quando a dor não é aceita amorosamente se transforma em sofrimento). Portanto, quando mais evoluído é o Espírito maior o grau de felicidade e menor é a amplitude da dor. 

Pelas nossas livres escolhas somos responsáveis pelas consequências determinantes da trajetória do nosso destino, podendo delongarmos as dores pela persistência no mal, ou atenuá-las e até anulá-las pelo exercício do bem. Um dos mecanismos que suavizam o açoite da dor é o arrependimento. Entretanto não nos basta o arrependimento, ou seja, termos a consciência da dimensão do delito com o firme propósito de não reincidir no mesmo, pois são imprescindíveis a expiação (como ação de extrair a pureza), isto é, extrairmos a pureza que há em nossa essência divina, afim de que haja a necessária e amorosa reparação. 

A reparação consiste em, ao fazermos o bem primeiramente a nós mesmos, bancarmos o bem àqueles a quem fizemos o mal. Em que pese a diversidade de gêneros e graus de dores dos Espíritos imperfeitos, a Lei de Deus estabelece que a dor (que jamais será punitiva) seja inerente à impureza espiritual. 


Toda “imperfeição”, assim como todo delito dela decorrente, traz consigo a necessidade de inevitável reparação. Assim, a doença é mecanismo de reeducação reparadora dos excessos e do emprego mental irresponsável nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada erro ou indivíduo. Podendo nos libertar das nossas imperfeições por efeito da vontade, podemos igualmente anular as dores decorrentes e assegurar a atual felicidade relativa.