KARDEC PONTO COM ENTREVISTA JORGE HESSEN
“Brasília, lamentavelmente, tem sido o laboratório de observações onde constatamos os mais inquietantes procedimentos de prática doutrinária.
Confiamos, porém, que essa panorâmica modifique-se para melhor. Acreditamos que sob a liderança do confrade Paulo Maia, atual presidente da Federação Espírita do Distrito Federal, o vagão doutrinário possa deslizar sobre os trilhos seguros, rumo à estação do bom senso.”
Obviamente essa postura ingênua desdoura a proposta dos Espíritos. É forçoso, pois, esquadrinhar a lógica e compatibilidade da difusão espírita com base na Codificação. Não se justifica o movimento espírita endeusar e sacralizar médiuns e oradores.
Entretanto, não esqueçamos que a metodologia “científica” espírita transcende aos métodos experimentais empregados pelos cânones da ciência academista. O universo espiritual é matéria interdita nos intramuros acadêmicos. Os cientistas estão presos nas grilhetas dos interesses utilitários.
O homem de ciência não “perde” tempo na caça dos elos perdidos da reencarnação, da imortalidade, da comunicabilidade dos “defuntos”
Contudo, a contemporânea massificação da informação espírita tem provocado trágicas deformidades e prejuízos nas características simples da mensagem e do exercício do Evangelho. Há os que desvalorizam as ações dos órgãos de unificação, conferindo-lhes caráter puramente administrativo, burocrático, com precário sentido prático.
Talvez, em face dos dirigentes comprometidos com órgãos “unificadores” não compreenderem que o Espiritismo veio para o povo e com ele conversar. Por essa razão, recomendamos a tais dirigentes federativos o primado da simplicidade doutrinária, a fim de se evitar tudo aquilo que lembre castas, discriminações, evidências individuais, privilégios injustificáveis, imunidades ou prioridades.
A confusão deriva do conceito de “pureza doutrinária” como artifício de estagnação.
A programação espírita não abriga “novidades” antes de se averiguar todos os seus juízos críticos de validade. A inclusão de novas informações e conhecimentos ao Espiritismo deve passar pelo crivo da razão e, quando, possível, da demonstração.
Não será aceitando, sem discernimento e lógica, opiniões esotéricas, métodos pseudocientíficos e inovações estranhas de todo o tipo que o Espiritismo vai se desenvolve.
Acreditamos que sob a liderança do confrade Paulo Maia, atual presidente da Federação Espírita do Distrito Federal, o vagão doutrinário possa deslizar sobre os trilhos seguros, rumo à estação do bom senso.
Apesar do avanço do saber quântico nas academias, as pesquisas espíritas e metapsíquicas do passado, mormente na área dos efeitos físicos, são atualíssmas, satisfatórias e carecem ser melhores aproveitados para nossa reforma íntima, a fim de que futuramente façamos jus a novas informações do além.
Com relação aos responsáveis pela condução do movimento espírita espírita, é muito importante avisar que a tarefa deve ser alicerçada no propósito de legítima união de corações, tendo como meta a “benevolência com todos, indulgência com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”, segundo anota O Livro dos Espíritos, na questão 886.
João Pessoa (PB), Janeiro de 2014.
Carlos Antônio de Barros,
Jornalista responsável e secretário de redação.
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